17 abril, 2020

A quantas anda sua memória?

Existe uma prática antiga de amarrar um pedaço de barbante ao redor de um dedo para ajudar a se lembrar de algo.


Nos dias passados
Os cavalheiros davam um nó no lenço para se lembrar de que havia algo que não deveria ser esquecido. Sempre que pegavam o lenço, eram lembrados. Eu acredito que a tradição está ligada ao mito grego de Ariadne. Ela era filha de Minos e Pasífae, a que deu a Teseu o fio com o qual ele saiu do labirinto do Minotauro. Adoro tirar fotos dos fios e nós que encontro nas ruas. Mesmo que esses nós não tenham sido feitos conscientemente pelas pessoas para se lembrarem de algo, eles desencadeiam minha imaginação e acrescentam-me a sensação de uma navegação confusa pelo labirinto da cidade. [Alisa Oleva, a que anda e pensa em voz alta]

Apenas como aparte
Eu me lembro de quando minha avó me disse para amarrar um fio em volta do dedo para não esquecer algo. Sendo então um jovem "moderno", eu decidi que um elástico seria mais fácil. Ainda me lembro da dor latejante e da cor estranha em meu dedo, porque o elástico prendia a circulação. Enquanto isso, eu lutava para mantê-lo lá, que era para me lembrar de... Desculpe, esqueci.

Tzitzit (em hebraico ציצת ou ציצית)
A palavra tzitzit é literalmente definida como "franjas" e se refere às cordas presas nos cantos das vestes e do talit, o xale de oração judaico. Deus ordenou que os judeus afixassem essas franjas para que se lembrassem constantemente Dele e de Seus mandamentos (Números 15:38-41; Deuteronômio 22:12). Naquela época, a roupa era usualmente uma simples peça de pano. Mas, ao longo dos séculos, foram sendo substituídas por camisas, jaquetas, calças etc. Daí ter surgido um pequeno poncho com franjas nos quatro cantos que os judeus costumam usar com a camisa. Também mudou a cor azul-celeste das cordas que deixou de ser obrigatória. Esse azul era obtido de uma criatura marinha chamada chilazon, cuja identificação é incerta e que hoje é considerada extinta.

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