03 junho, 2017

Ode ao número 0

Redonda negação, pois nada existe
encerrado em teu círculo profundo
e rodas derrotado pelo mundo
com a sorte que a ele não pediste.

Como uma lua cheia é tua figura
gravada em papel com tinta e sono
Dono de ti, mas negas ser o dono
da completa extensão da brancura.

Teu coração imóvel e vazio
perdeu o sangue que inexistia.
É inútil colher onde não havia
mais do que um corpo no corpo frio.

Redonda negação, redonda essência
que não pôde ser nem o pretendeu.
Unicamente nada é o sonho teu
pois o não ser é ser em tua existência.

Minha versão para o poema matemático Oda al número 0, do poeta granadino Enrique Morón.

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