"Temos que entender que o capitalismo foi criado para lidar com o dinheiro e não com seres humanos." ~ Maxwell Vitor
O que poucos entendem também é a importância de esconder ou camuflar as longas tradições socialistas das economias consideradas as mais justas e bem sucedidas do planeta.
Faço apenas uma ressalva: quase todos exemplos que temos são de evolução dos chamados "socialismos utópicos", quase falanstérios, de comunidades religiosas que se desenvolveram - intencionalmente ou não - dentro de um padrão de apoio a seus integrantes, ou seja, àqueles do mesmo grupo religioso ou que professassem as mesmas crenças.
Um dos exemplos, Israel, não seria o que seria sem a ideologia socialista que está por trás do sucesso dos kibutzim (plural de kibutz).
Outro exemplo, talvez um dos mais contundentes, vem do aclamado - pelos capitalistas - Max Weber, que mostra o quão excludente é o capitalismo que defende e como este é a cara dos dogmas da religião que o abraçou.
Ele relata, como os "escolhidos" se apropriaram com eficiência dos orçamentos e bens públicos, com anuência e apoio de seus pares, pagando migalhas aos "não escolhidos", que continuaram excluídos pelos séculos seguintes. Claro, estes não tinham o dom divino de empreender. Eram preguiçosos e não mereciam mais que o mínimo para a sobrevivência.
Estes quase falanstérios que construíram, funcionavam dentro de uma política de segregação e escolha muito particular. Ainda hoje, em comunidades protestantes capitalistas, o grupo dos "escolhidos", os empreendedores, costuma adotar políticas de apoio a escolas, hospitais etc.
Posteriormente, esses falanstérios foram substituídos, com sucesso, por políticas sociais de Estado e quase todos os países protestantes chegaram a este estágio de pós capitalismo, onde as oportunidades poderiam gerar novos burgueses e sociedades mais igualitárias e menos excludentes. Inclusive para evitar que o caldeirão social, formado pelos excluídos, explodisse com todos. Principalmente em épocas de crise no sistema. Mas o Estado sempre esteve - e, atualmente, ainda está - presente em todo o processo.
Fernando Gurgel Filho
N. do E.Falanstério era a denominação das comunidades intencionais idealizadas pelo filósofo francês Charles Fourier. Consistiam em grandes construções comunais que refletiriam uma organização harmônica e descentralizada onde cada um trabalharia nos conformes de suas paixões e vocações. WIKI
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