19 abril, 2013

A Dama era de Ouro

por Fernando Gurgel Filho
Nesta semana, descobri o que é exatamente pertencer a um País insignificante. Paísinho do terceiro mundo, mesmo.
Espero que nossos políticos, produtores de eventos e assemelhados tenham aprendido a lição milenar de um Reino acima de qualquer suspeita.
Ora, gastar R$ 33 milhões em um enterro não é pra qualquer um, não.
Tudo bem, por lá não deve ter essa coisa chata de licitação, prestação de contas ou partidos da oposição para encher o saco, mas não teve sequer uma banda de axé. Nem sertanejo.
E, nessa seara, eles tinham muito com que justificar os R$ 33 milhões. Bastava a presença, ao piano, de um Sir Paul McCartney, de um Sir Elton John ou mesmo dos Rolling Stones, menos apropriados para o evento, mas que justificariam ainda mais a gastança, pois a banda é grande. Podiam até contratar uma atração internacional como o Andrè Rieu, por exemplo.
O restante da dinheirama diluir-se-ia facilmente em desculpas esfarrapadas sobre a carruagem, o caixão - que está pela hora da morte (esta é velha, mas não resisti) -, umas coroas de flores vistosas, uns penachos nos cavalinhos e um provável coquetel para os convidados e chefes de Estado estrangeiros.
Mas, como os ingleses são muito cuidadosos e britânicos (hehehehe), não duvido que tenham recoberto a Dama com uma espessa camada de ouro e/ou colocado alguns diamantes em locais estratégicos, pois a Dama era de ferro e assim se evitaria a ferrugem, os vazamentos indesejáveis...
Enfim, os R$ 33 milhões devem ter sido bem aplicados. E, repito, espero que nossos compatriotas tenham aprendido como se faz um evento acima de qualquer suspeita.

N. do E.
Pinochet acompanhou em espírito o cortejo.

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