Nelson José Cunha
Meu pai era sisudo por obrigação militar. Em casa virava outro homem, brincalhão e emotivo. Certa vez fomos à Nova Iorque e lá assistimos um musical na Broadway chamado "Annie". Sentado ao seu lado, eu ia traduzindo a história da menina órfã quando, de repente, escorreu uma lágrima no rosto dele. Aquele era meu pai, um "manteigão".Herdei o gosto pela dança e pela música, e agora em Nova York o musical “Annie” está de volta. Não fui vê-lo por pura covardia, temia comover-me com a lembrança do meu pai já falecido. Mas fui a outros musicais e o melhor deles foi, sem dúvida, o “Jersey Boys“. Uma banda cover competente contando a história desses rapazes de New Jersey que, nos anos sessenta, eram tão populares nos Estados Unidos quanto os Beatles. Os americanos são imbatíveis nesse tipo de espetáculo. Não fica nada fora do lugar: a acústica, a seleção musical, a iluminação e o corpo de bailarinos. É tudo muito deslumbrante. Feito mesmo para encantar.
Quem na minha geração nunca dançou coladinho o “Can’t Take My Eyes Off You”, sucesso de 1967?
Ao final do espetáculo o próprio Frankie Valli (o crooner do conjunto original ) aparece em cena para os aplausos frenéticos da plateia. Aplaudimos de pé.
Paulo,
Veja se você pode colocar a música ou o LINK dela para ilustração. Esta foto aí de cima é do espetáculo e a voz aguda do John Lloyd é parecidíssima com a do Frankie Valli.
Lamento até agora por não ter visto o musical "Book of Mormon" porque em seu lugar preferimos ir ver uma banda de jazz chamada "The Hot Sardines", no bar do hotel The Standard.
Chegando lá, o porteiro implicou com um amigo nosso que estava de mochila e tênis. Para não deixá-lo só, fomos comer hambúrguer com feijão em Greenwich Village que fica pertinho, mas perdemos os dois espetáculos.
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