20/01
A serra está no auge do verão. E a temperatura é amena somente nas primeiras horas da manhã. O período do dia em que aproveitamos para passear na cidade. Ver o comércio, a praça Dr. Almino Afonso, uma pinacoteca, os prédios históricos. Um deles, de nome Pax, abriga o museu da cidade. No acervo do museu, muitas fotos da cidade, de seus antigos moradores, utensílios domésticos de antanho, arqueologia regional e arte sacra. A casa da dona Agá, na qual existiriam móveis seculares, estava fechada. Mas vimos, junto à galeria de artesanatos, um mural feito por vários pintores. Com uma das cenas a registrar a maldição dos frades à cidade de Martins. Expulsos da cidade, os frades disseram que Martins teria o fim “de uma correia no fogo”. Parece que não funcionou.
Almoço no Lagoa dos Ingás e sesta no chalé Vem-Vem. Ao entardecer, Elba e eu fomos ao Mirante do Canto. Um restaurante, a três quilômetros da cidade, do qual se vê grande parte do vale em torno da Serra de Martins. Belo cenário, apesar da secura dominante (a quadra chuvosa ainda não começou), e com o garçom a garantir que poderíamos ver até quinze cidades da região. Vimos, mas não contamos. Como vimos também uma formação natural chamada de Casa de Pedra. À distância, pois, para ir conhecer as suas grutas, teríamos de caminhar por uma trilha de meia légua. Sob a noite a estender o manto, as cidades do vale foram acendendo suas luzes. Pagamos as cervejas, o queijo assado, e voltamos para a pousada. Onde Natália permanecera para não perder a novela “O Profeta”. Aliás, o capítulo da novela.
21/01
Despertei cedo com o canto da passarinhada. E fui passear no pomar da pousada. Havia espécies de árvores às quais eu nunca havia sido apresentado. Como os pés de jatobá, de carambola, de groselha e também o ingazeiro (árvore que dá o nome à lagoa vizinha e ao estabelecimento). E havia uma siriema de olhar desconfiado, solta no pomar, a circular a sua mansidão.
Após o café da manhã, descolei da família para uma rápida caminhada. Minha despedida pessoal à cidade de Martins.
Analisado o mapa rodoviário, para o retorno a Fortaleza, escolhemos um percurso diferente. Passando por Itaú, cruzando a Chapada do Apodi, em demanda do município de Potiretama no Ceará. O que nos colocou, num dado lapso de tempo, em 18 quilômetros de uma estrada carroçável (um nome que já diz tudo!). Depois de Potiretama e de Alto Santo, chegamos ao entroncamento da rodovia estadual com a BR 116. No grande trecho desta rodovia federal em que ela passa pela região do Vale do Jaguaribe. Enquanto as chuvas não chegam, que tristeza o cenário da vegetação estorricada! E, daí em diante, nada digno de nota aconteceu no resto da viagem. No fim da tarde chegamos a Fortaleza.
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