Por conta de um recente fato político vem proliferando, na mídia nacional, referências ao corneteiro de Pirajá. Para que fiquemos a par deste assunto, é importante saber o que fez de tão relevante o citado corneteiro.
Consta das estórias da História do Brasil. As veteranas tropas portuguesas na Bahia, que consideravam a independência do Brasil um ato de traição a Portugal, combatiam os bisonhos defensores da nossa nacionalidade. A batalha era em Pirajá, no Recôncavo Baiano. Os portugueses estavam prestes a vencer a refrega. Nisso, ouviram soar no lado brasileiro o “toque de avançar e degolar”, e a seguir perceberam que as nossas tropas estavam a adquirir um ímpeto redobrado de lutar. O sol, que se punha atrás das linhas brasileiras, cegava naquele momento as tropas lusitanas. Não podiam ver, mas suspeitaram de que haviam chegado importantes reforços para os defensores – a cavalaria brasileira! E recuaram das posições já conquistadas, sendo a partir daí levados de vencida pelos brasileiros. Soube-se depois que o indômito corneteiro, de nome Lopes, do seu comandante havia recebido uma outra ordem. A ordem para executar o “toque de retirar”. Mas, por que não a cumpriu? Para responder esta pergunta há duas hipóteses: A primeira que, por puro nervosismo, o corneteiro houvesse se confundido e tocado a música errada. O que, quando se considera a simplicidade melódica de tais musiquinhas, eu particularmente não acredito. A segunda que ele, com melhor visão do cenário futuro no campo de batalha, tenha decidido executar o toque que animou as tropas brasileiras para a vitória final. Por iniciativa própria, portanto. Pela qual melhorou muito a sua biografia, lá isso melhorou. Mas... havendo sido um ato de insubordinação, da qual sobrevieram riscos para os companheiros, não era o caso de o corneteiro Lopes ter sido mandado a uma corte marcial?
Ora, não é de hoje a assertiva de que... tudo está bem quando termina bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário