04 novembro, 2021

Chapéus e capacetes contra a invasão mental

No início do século vinte, provavelmente mais ou menos quando o conhecimento sobre eletromagnetismo estava começando a chegar aos leigos com maior intensidade, explodiram teorias conspiratórias sobre controle mental. O mundo estava passando pelas turbulências ideológicas que levaram às grandes guerras e que foram por elas causadas, e o medo da figura do governo controlador era uma das palhas mais fáceis de queimar. 
Então, os teóricos da conspiração fizeram o que fazem melhor, pegaram um monte de informação solta, amarraram de uma forma conveniente, e criaram o chapéu de papel-alumínio, a proteção n.º 1 contra controle mental governamental. 
Bruno Prado Santos, QUORA

Mas a história do chapéu é ainda mais antiga. Há referências ao acessório num conto muito esquisito e presciente, escrito em 1927 por ​Julian Huxley, irmão do famoso Aldous e meio-irmão de Andrew, laureado do prêmio Nobel.
Além de escrever, Huxley era biólogo evolucionista e, infelizmente, eugenista, e o conto ​"The Tissue-Culture King" (A Cultura de Tecidos do Rei) explora bastante tal ofício. O enredo trata de um cientista chamado Hascombe, que se perde numa floresta e é capturado por uma tribo. Hascombe ganha a simpatia da tribo com sua capacidade "mágica" de cultivar amostras de carne do rei local, Bugala.
O que sucede é tão distópico e agradavelmente detestável quando os trabalhos mais famosos de Huxley. Mantido em prisão domiciliar, Hascombe se torna uma espécie de Dédalo e é forçado a emprestar seus talentos a um regime corrupto. Mas a proximidade do poder sobe à sua cabeça, e Hascombe transforma suas "ambições intelectuais pervertidas" em controle de mentes em massa.
Por fim, o cientista hipnotiza o rei e escapa vestindo uma "capa de papel-alumínio", que é "relativamente à prova dos efeitos telepáticos". Mas ele é dominado assim que tira a capa. O narrador lamenta:
"Roguei e implorei para que ele pensasse bem e mantivesse a decisão, que seguisse em frente. Nossa, como eu me arrependi! No ímpeto de descartar todo e qualquer peso inútil, deixamos para trás nosso capacete, nossa proteção contra a telepatia."
Roisin Kiberd, Uma breve história do chapéu de papel-alumínio, VICE 

Em 2005, pesquisadores realizaram no Massachusetts Institute of Technology (MIT) um estudo empírico sobre a eficácia dos capacetes de folha alumínio. Entre uma comunidade periférica de paranóicos, os capacetes de alumínio servem como medida de proteção de escolha contra sinais de rádio invasivos.


Investigamos a eficácia de três modelos de capacete de alumínio (O clássico, O Fez e O centurião) em um grupo de amostra de quatro indivíduos. 
Usando um analisador de rede de US $ 250.000, descobrimos que, embora em média todos os capacetes atenuem as frequências de rádio invasivas em ambas as direções (seja proveniente de uma fonte externa ou proveniente do crânio do sujeito), certas frequências são de fato bastante amplificadas.
Essas frequências amplificadas coincidem com as bandas de rádio reservadas para uso governamental de acordo com a Federal Communication Commission (FCC).
A evidência estatística sugere que o uso de capacetes pode de fato aumentar as habilidades invasivas do governo.
Especulamos que o governo pode de fato ter iniciado a mania dos capacetes por esse motivo.
Conclusão
Os capacetes amplificam bandas de frequência que coincidem com as atribuídas ao governo dos Estados Unidos entre 1,2 Ghz e 1,4 Ghz.
De acordo com a FCC, essas bandas são supostamente reservadas para "localização de rádio" (ou seja, GPS) e outras comunicações com satélites.
A banda de 2,6 Ghz coincide com a tecnologia de telefonia móvel. Embora não sejam filiadas ao governo, essas bandas estão nas mãos de empresas multinacionais.
Não é necessário esforço de imaginação para concluir que a atual mania dos capacetes provavelmente foi propagada pelo governo, possivelmente com o envolvimento da FCC.
Esperamos que este relatório incentive a comunidade paranóica a desenvolver designs de capacete aprimorados para evitar ser vítima dessas deficiências. (17/02/2005, MIT)
http://web.archive.org/web/20100708230258

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