As definições do termo superpotência diferem, mas a maioria dos analistas políticos afirma que, para ser uma superpotência global, o país deve ter enorme influência não apenas sobre seus vizinhos, mas sobre todo o mundo.
"Segundo [o cientista político polonês e ex-conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos] Zbigniew Brzezinski, existem quatro sinais de que um país é uma superpotência: influência militar, econômica, técnico-científica e cultural", disse o analista político da Escola Superior de Economia de Moscou, Oleg Matveitchev.
A Rússia atende, definitivamente, a alguns desses critérios. O país tem, por exemplo, enorme capacidade militar: o orçamento da Defesa é de US$ 47 bilhões e ele tem arsenal nuclear e grandes Forças Armadas.
O peso político da Rússia na arena internacional também é impressionante: como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o país tem direito de vetar todas as resoluções. Além disso, desempenha um papel importante nos assuntos europeus e no Oriente Médio.
O potencial econômico russo, porém, não é tão grande quanto o dos Estados Unidos. A Rússia ocupa o 11.º lugar no ranking dos países pelo PIB (produto interno bruto), o que é insuficiente para que ela seja considerado uma superpotência.
No geral, o papel global da Rússia é limitado. "Há apenas um parâmetro em que Rússia é uma potência global: os recursos de Defesa. Em outras área, não somos tão poderosos e há muitas questões sobre qual será o papel da Rússia no século 21", diz o presidente do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais, Aleksandr Dinkin, ao jornal Kommersant.
Na segunda metade do século 20, a URSS desafiou os EUA em todo o mundo. Rivalizavam em todos os campos: militar, político, econômico e cultural.
"Após duas devastadoras guerras mundiais, a comunidade global se encontrava em uma situação muito anormal, em termos de história. Dois Estados dominavam o mundo, e eram incomparáveis a quaisquer outros países. Essa ordem mundial bipolar definiu o período da Guerra Fria", explica Fiódor Lukiânov, editor-chefe da revista Russia in Global Affairs.
"Naquele momento apareceu o termo superpotência, que foi usado para distinguir esses poderes gigantescos das chamadas grandes potências do século 19", acrescenta Lukiânov.
O último termo se refere a Reino Unido, França, Alemanha, Rússia etc. Após a Guerra Fria, uma das superpotências - a URSS - deixou de existir e, embora a Rússia tenha herdado alguns de seus ativos, "sua influência permaneceu grande, mas não era mais única", completa Lukiânov.
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