20 setembro, 2019
O não cachimbo de Magritte
Criando um conflito entre a imagem e o texto, René Magritte expressou suas dúvidas sobre as possibilidades de representar a realidade, questionando a nossa própria percepção dela.
A língua sempre foi importante para o pintor, que disse:
"Um título legitima um quadro, completando-o."
Entre 1928 e 1929, René Magritte produziu uma série de pinturas intitulada "A Traição das Imagens" (La Trahison des Images). A mais famosa delas é a que está reproduzida acima, Isto não é um cachimbo (Ceci n’est pas une pipe), que surpreendentemente causou muita polêmica desde então, principalmente em razão de seu aparente nonsense: vê-se um cachimbo e afirma-se que não se trata de tal.
Na verdade, essa obra se presta a uma excelente reflexão sobre o papel da arte. Inicialmente, deve-se lembrar que o nome da obra não é um contrassenso, já que literalmente, ninguém fumaria o quadro. O que temos diante de nós é apenas uma imagem que representa um cachimbo e não o próprio utensílio para fumar. Em suma, não temos o objeto, mas uma imagem dele.
A mensagem que o artista quis passar, é que arte precisa ser entendida não como a realidade em que estamos, mas como uma representação desta, como um universo paralelo. Devemos analisar uma obra, de qualquer modalidade, pelo que está nela e saber que se trata apenas de uma representação.
Este quadro pode, portanto, tratar-se de um exemplo de paródia, na medida em que até a leitura da legenda, o espectador não tem dúvida que se trata de um cachimbo. Este objeto que reconhecemos como sendo, então, a representação de um cachimbo, afinal não é o que estamos a pensar. A associação que podemos fazer entre a ideia de cachimbo e aquilo que entendemos como sendo um está negada.
arte e ARTISTAS
vídeo Khan Academy
WILLTIRANDO, Cachimbo, 18/12/18
Em alguns casos não há o que problematizar(o charuto de Freud)
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Onde é que uma prova reside? No texto impresso ou no cérebro de alguém que pensa matematicamente?
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