21 abril, 2016

A Invenção da Ciência

Que é modernidade e quando começou?
A resposta depende muito da nacionalidade e da especialização do historiador a que você perguntar. Os italianos dão a primazia aos avanços das artes no Renascimento, a partir do século 14; os europeus do norte optam pelo período em que cidades como Amsterdam, Paris e Londres alcançaram a proeminência econômica e cultural, que vai do início do século 16 ao século 18; alguns historiadores da Alemanha situam-na tardiamente, por volta do ano de 1900. Os filósofos são suscetíveis de creditá-la a Descartes, em meados do século 17; economistas pendem para a revolução industrial, no final do século 18; historiadores políticos postergam-na para as revoluções americana e francesa.
Para além da Europa, muitos outros períodos e lugares disputam a atenção. Todo mundo tem uma sardinha para colocar nessa brasa.
A resposta de David Wootton é inequívoca: a modernidade começou com a revolução científica na Europa – de 1572 (quando o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe identificou uma nova estrela no céu) a 1704 (quando Isaac Newton publicou "Opticks"). Nesse período, segundo ele, aconteceu a transformação mais importante na história da humanidade desde a era neolítica. Eventos posteriores, como a revolução industrial, não foram mais do que consequências de uma revolução maior – a científica.
Sobre se a revolução científica é uma questão para celebrar (como achava a maioria dos pensadores iluministas) ou para se arrepender (como lamentavam alguns românticos), Wootton deixa claro: "foi uma coisa muito boa".
"A Invenção da Ciência: Uma Nova História da Revolução Científica", por David Wootton. In: www.theguardian.com/books/2015

Isaac Newton, por William Blake (1795)
Tycho Brahe (Skåne, Dinamarca, 14 de dezembro de 1546 — Praga, 24 de outubro de 1601), nascido Tyge Ottesen Brahe – Foi um astrônomo observacional da era que precedeu a invenção do telescópio, e suas observações da posição das estrelas e dos planetas alcançaram uma precisão sem paralelo para a época. Após a sua morte, os seus registros dos movimentos de Marte permitiram a Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico. Tycho morreu em 24 de outubro de 1601, onze dias depois de ficar doente após um banquete. Consta que ele, antes de morrer, teria dito a Kepler: "Ne frustra vixisse videar!" (Não me deixe parecer ter vivido em vão). Por muito tempo, a crença geral foi que ele teria morrido de um problema na bexiga. Ele teria evitado de sair do banquete antes do fim, por boas maneiras, o que teria estressado sua bexiga ao limite, desenvolvendo uma infecção que o matou. Essa teoria inclusive foi apoiada pelo relato de Kepler. Contudo, investigações recentes sugerem que Tycho morreu não de problemas urinários, mas de envenenamento por mercúrio: níveis extremamente tóxicos foram encontrados em seus cabelos. Tycho pode ter-se envenenado tomando medicamentos contendo impurezas de cloreto de mercúrio, ou pode ter sido envenenado por alguém. De acordo com um livro de 2005, de Joshua Gilder e Anne-Lee Gilder, há evidências substanciais de que Kepler assassinou Tycho; eles argumentam que Kepler tinha os meios, motivos e oportunidade, e roubou os dados de Tycho com sua morte. De acordo com os Gilders, seria improvável que Tycho tivesse se envenenado, uma vez que ele era um alquimista familiarizado com a toxidade dos compostos de mercúrio. WIKIPEDIA

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