13 novembro, 2022

Seu nome é Gal

Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos em Salvador, na Bahia, em 1945, Gal Costa sempre foi incentivada pela mãe a seguir carreira na música. Já o pai, morto quando ela era adolescente, não teve influência sobre suas escolhas.
No começo da vida adulta, ela trabalhou como balconista de uma loja de discos na capital baiana, a Roni Discos, uma das principais da cidade. No início dos anos 1960, foi apresentada a Caetano Veloso, encontro a partir do qual foi criado um vínculo pessoal e artístico com ele, que perduraria até a morte.
João Gilberto, cujo perfeccionismo se tornou anedótico, ao ouvi-la cantando então cravou: "você é a maior cantora do Brasil".
Além de Caetano Veloso, Gal aproximou-se também dos baianos Maria Bethânia e Gilberto Gil, com os quais integraria o grupo conhecido como "Doces Bárbaros", responsável mais tarde por um dos discos representativos da década de 1970.
Tinha ainda pouco mais de 20 anos quando participou do álbum "Panis et Circencis", pedra fundamental do movimento tropicalista. Gal foi uma revolução nas vozes e nos costumes da música brasileira desde seu surgimento na cena nacional.
Ela faleceu em sua casa, em São Paulo, na manhã da última quarta-feira, aos 77 anos.
A seu respeito, Ricardo Cravo Albin, presidente do Instituto Cultural Cravo Albin, publicou a seguinte nota:
O Instituto Cultural Cravo Albin faz pública sua imensa tristeza pelo desaparecimento de um dos maiores ícones da MPB.
Dizer-se que Gal Costa foi apenas uma das maiores cantoras brasileiras será pouco.
A Gracinha de todos nós foi personagem contemporâneo do Brasil desde que surgiu, em meados dos anos 60 no Rio de Janeiro, deslumbrando o país por inteiro.
Falar de seus discos imortais, de seus shows, alguns dos melhores já montados no país, e de sua vivacidade ao escolher o repertório realçando e revelando sempre o melhor de seu tempo e de sua vivência será fundamental para bem apreciarmos o vulto gigantesco que nos fará tanta falta a partir de agora.

Minhas preferências
Divino Maravilhoso, Baby, Que pena, Meu nome é Gal, Pérola Negra, Não Identificado, Como dois e dois, Sua estupidez, Só louco, Sonho meu, Aquarela do Brasil, Índia, Festa do Interior, Brasil, Folhetim (vídeo), Força estranha, A história de Lili Braun, Vapor barato, Volta, Meu bem, meu mal, Sorte, Balancê, Bloco do prazer, Último blues, Mil perdões


Notas anteriores
2009: http://blogdopg.blogspot.com/2009/11/nao-adianta-nem-me-abandonar.html
2012: http://blogdopg.blogspot.com/2012/08/espinha-de-bacalhau.html
2019: http://blogdopg.blogspot.com/2019/01/o-amor.html
2022: http://blogdopg.blogspot.com/2022/04/flores-do-cerrado.html

Nenhum comentário: