Em estudo sobre a planta carnívora Dionaea muscipula, publicado na revista Current Biology, Jennifer Böhm e colaboradores mostram que, quando os minúsculos pelos que causam o fechamento de suas mandíbulas são estimulados, eles causam impulsos elétricos dentro desta planta.
A planta então detecta, ou melhor, conta o número de impulsos elétricos e usa a informação para descobrir quando fechar a armadilha e quando secretar as enzimas para digerir a presa.
Böhm observa que as armadilhas das plantas são um tipo híbrido de mandíbula e estômago. Elas são acionadas a partir dos pelos mecanorreceptores que cercam a armadilha e dão à planta sua estranha aparência. Mas as mandíbulas da planta não se fecham no primeiro momento em que os pelos são acionados. Em vez disso, elas se fecham quando os pelos do gatilho foram estimulados duas vezes em uma janela de 20 segundos. E a planta só começará a digestão depois de mais cinco estímulos para garantir que tenha capturado algo digno do consumo.
A contagem não é somente uma evidência das habilidades matemáticas da planta. Essas plantas geralmente vivem em ambientes pobres em nutrientes, então a contagem mostra uma espécie de análise custo-benefício baseada em plantas. A Dionaea muscipula conta o número de impulsos para descobrir se vale a pena usar a energia necessária para pegar e digerir a comida.
[DOI: https://doi.org/10.1016/j.cub.2015.11.057]
Nenhum comentário:
Postar um comentário