Em 1943, procurando usar a guerra psicológica em seus esforços de guerra contra os japoneses, o US Office of Strategic Services apelou para um plano estranho. Observando que os xintoístas "viam" a imagem de uma raposa iluminada como um prenúncio de tempos difíceis, os especialistas da agência sugeriram que "em condições extremamente difíceis", os japoneses "seriam prejudicados, pelo que pode considerar um mau presságio" e sucumbirem ao "medo, terror e desespero".
Como é que se faz uma raposa brilhar?
Começaram por experimentar balões em forma de raposa cobertos com tinta luminosa e presos por linha de pesca. Mas, até o final de 1944, eles arquivaram essa ideia. E passaram a pulverizar raposas ao vivo com tinta luminosa para soltá-las nos campos de combate, chamando isso de "ferramenta psicológica mais potente da América contra os japoneses".
A operação teria início com a distribuição de panfletos de aviso de mal próximo falsamente produzidos por adivinhos japoneses. Estes (os panfletos) seriam jogadas do ar e também seriam espalhados por agentes de campo que usariam apitos especiais de junco para imitar gritos de raposas. Usariam ainda pastas e pós para simular odores de raposa. Completando a farsa, o OSS também recrutou colaboradores japoneses que sabiam simular "pessoas possuídas pelo espírito da raposa".
Para testar o plano, a agência liberou 30 raposas no Central Park, "pintadas com um produto químico radiante que brilhava no escuro". De acordo com um relatório, os cidadãos horrorizados com a visão repentina dos animais fantasmagóricos, fugiram dos recessos sombrios do parque com os "jeemies" gritando.
Animados com estes resultados, os estrategistas do OSS definiram sobre a possível aquisição de raposas da China e da Austrália, em antecipação a uma invasão aliada do Japão. Só a inesperada conclusão da guerra, com o lançamento da bomba atômica, impediu essa operação de ir em frente.
"Ainda assim, o desenvolvimento dessa ideia demonstra como os americanos durante a guerra percebiam a psicologia de seu inimigo asiático de uma forma muito diferente da psicologia de seus inimigos na Europa", escreve Robert Kodosky, em Psychological Operations American Style (2007).
A superação do medo
The Scaredy Swan: um curta-metragem de animação com a história de um cisne que tinha medo da água.
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