por Fernando Morais, via face
Em setembro de 1968 o ditador português Antonio de Oliveira Salazar, de 79 anos, sofreu uma trombose cerebral após um acidente doméstico. Sem condições de governar, foi afastado da presidência e substituído por Marcelo Caetano. Levaram Salazar para sua cidade natal, Santa Comba d'Ão, e lá montaram um falso gabinete para ele. Até morrer, dois anos depois, Salazar “despachou” como presidente, assinou falsos decretos, nomeou e demitiu ministros abstratos, concedeu audiências. Todos os envolvidos sabiam que se tratava de uma encenação. Menos o ditador, que morreu no dia 27 de julho de 1970 certo de que era presidente de Portugal.Essa talvez seja a solução para a síndrome de presidente da república de que padece o senador Aécio Neves desde as eleições do ano passado. Levem o rapaz para São João del Rey, montem para ele um gabinete presidencial com seguranças, secretarias, ministros, introdutores diplomáticos, faixa presidencial e tudo o mais a que tem direito, constitucionalmente, um presidente no exercício do cargo. Na hora que o surto passar deem alta para ele.
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