28 setembro, 2014

Marinada - 2

Marina Silva deu mais um exemplo de que não sabe como funciona o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: em entrevista ao Bom Dia Brasil, a candidata do PSB à presidência voltou a afirmar que o BNDES dá dinheiro a “meia dúzia de empresários falidos”.
Meia dúzia de empresários falidos?
O banco financia empresas brasileiras (a propósito, ver Porto Mariel: dinheiro para Cuba?), não pessoas, como suporte para que as organizações se fortaleçam, a economia aqueça e mais empregos sejam gerados. Fórmula que vem dando certo, diga-se de passagem. Porém, aparentemente, Marina ainda não compreendeu a importância dos bancos públicos no crescimento do país. Então, vamos trazer mais dados e aprofundar a questão.
Primeiro: não são “meia dúzia” as empresas que têm relação com o BNDES. Das 500 maiores empresas do país, 480 (96%) são clientes do banco, de acordo com Fábio Kerche, assessor da presidência da instituição. Kerche se prestou a rebater as críticas de Marina, explicando um a um os equívocos divulgados por ela. Ele relatou ainda que 97% das operações do banco (em 2013 o banco realizou mais de um milhão de operações) são voltadas a micro, pequenas ou médias empresas. “Nada mais falso que afirmar que o BNDES empresta para meia dúzia”, escreveu Kerche.
O BNDES dá dinheiro?
Aí outro equívoco de Marina: presumir que o BNDES "dá" dinheiro. Nenhum banco dá nada para ninguém - eles emprestam, e o BNDES também. A única diferença é que os juros aplicados pelos bancos públicos não são abusivos, o que apenas ressalta o papel essencial que desempenham na economia nacional. A própria presidente Dilma Rousseff já explicou que o investimento maciço em infraestrutura que vem sendo feito hoje no Brasil só é possível graças ao financiamento dos bancos públicos: "Essas obras, todas elas, só são viáveis porque o BNDES e a Caixa são os agentes de financiamento e dão condições especiais. Se não houver essas condições, as obras não saem".
Enfim, Marina, isso tudo significa que o dinheiro investido pelo BNDES fomenta a economia nacional e volta para o banco, acrescido de juros. É bom ressaltar que a taxa de inadimplência na instituição é de 0,07% sobre o total da carteira de crédito – “a mais baixa de todo o sistema bancário no Brasil, público e privado”, informa Kerche. Não podemos deixar de citar ainda que o lucro do banco no primeiro semestre de 2014, foi o mais alto da sua história: R$ 5,47 bilhões. Os próprios economistas da equipe de Marina são financiados pelo BNDES... portanto, deveriam saber melhor como funciona a instituição. Não à toa, o presidente do banco, Luciano Coutinho, aconselhou a equipe da Marina a “estudar um pouco mais”.
O pessoal do Muda Mais até fez um desenho como contribuição para o entendimento.


Porto de Mariel: dinheiro para Cuba?
(a propósito)
Não. O BNDES financia empresas brasileiras e não países. Foi normal a operação de financiamento do Porto de Mariel, em Cuba. Passou por todas as aprovações, teve todas as garantias e o banco recebe em dia o pagamento pelos empréstimos. As obras custaram US$ 957 milhões e receberam um aporte de US$ 682 milhões do BNDES. Não houve empréstimo ao governo cubano e sim para uma empresa brasileira, no caso, o Grupo Odebrecht. O BNDES é impedido, por lei, de emprestar dinheiro para empresas estrangeiras. O BNDES libera recursos apenas para empresas brasileiras que tenham sido encarregadas de realizar um serviço no exterior. O investimento foi feito na exportação de serviços de engenharia, um tipo de mercado que é muito disputado. Hoje, na América Latina, o Brasil responde por quase 18% da exportação de serviços de engenharia para a região, perdendo apenas para a Espanha (e à frente dos Estados Unidos e da China). O investimento no porto de Cuba foi uma oportunidade para mais de 400 empresas brasileiras, grandes, médias e pequenas, exportarem equipamentos, serviços e engenharia. Nenhum centavo foi aplicado lá fora. Todo o recurso do banco foi aplicado no Brasil. Foram desembolsados reais para financiar os exportadores brasileiros de equipamentos e serviços, e que serão pagos a prazo – em moeda forte. E o banco também disponibilizou R$ 14,8 bilhões para investimentos em portos no Brasil. Agência Brasil
Divulgue a verdade

2 comentários:

Nena Noschese disse...

É incrível que isso precise ser explicado para os nossos "jornalistas políticos" a falta de conhecimento é assustadora e a deformação das informações é a prática política da direita brasileira.

Nena Noschese disse...

Incrível ter que explicar aos nossos "jornalistas" o óbvio.
A direita continua deformando as informações a seu bel prazer.