Criar plantas bioluminescentes que funcionem como "lâmpadas" em nossas ruas poderá ser uma realidade em menos tempo do que pensamos. Graças a uma iniciativa do Kickstarter, os cientistas procuram substituir a forma tradicional de iluminação, obtida a partir do consumo de eletricidade, por um sistema mais eficiente baseado em biologia sintética, engenharia genética e biotecnologia.
Todas as coisas vivas armazenam em seu DNA as instruções genéticas necessárias ao seu desenvolvimento. Durante cerca de 40 anos, temos sido capazes de manipular o genoma (conjunto de genes de um dado organismo) de diferentes seres vivos, de uma forma controlada em laboratório, através das técnicas de engenharia genética e dos avanços na biotecnologia. No entanto, por milhares de anos, essas modificações genéticas têm ocorrido por meio de técnicas não controladas, como a auto-seleção de determinadas culturas e outras ações nas áreas da agricultura e da pecuária.
A proposta agora levantada pelos cientistas Amirav-Drory, Evans e Taylor é baseada em técnicas de engenharia genética que incorporam avanços da biologia sintética. A partir do aproveitamento de um tipo de bactéria que pode ser fluorescente, o Vibrio fischeri , um "primo" do organismo causador do cólera, no qual uma investigação anterior (Universidade de Cambridge) identificou genes que podem ser de interesse. Genes de interesse são a parte do genoma da bactéria que poderá ser usada para manipular geneticamente as plantas escolhidas para a experiência.
Avanços na biologia ajudarão a resolver alguns problemas da sociedade moderna, como o grande consumo de energia e, com isso, reduzir as emissões de gás carbônico (o que pode atenuar o problema das mudanças climáticas). Embora, como se avalia atualmente, as plantas projetadas ainda venham a apresentar um nível de fluorescência baixo para servir como ferramentas de iluminação.
Vai demorar alguns anos para a execução do projeto chegar a um bom termo, mas este é certamente um grande começo. Versão resumida: PGCS.
Fontes
A Dream of Trees Aglow at Night, The New York Times
Plantas bioluminescentes, ALT1040
Post scriptum
Republicada em 26/05/2013, por Luis Nassif, no portal LNOL, esta nota originou o comentário Lâmpada de algas absorve 200 vezes mais CO2 que árvores, do leitor Gão. O comentário (excelente), por sua vez, foi reeditado como nota do citado portal.
Republicada em 27/05/2013, por Anderson Porto, no Blog Tudo Sobre Plantas.
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