21 maio, 2013

Os girassóis de van Gogh

Para os apreciadores da arte, a série de quadros de girassóis do pintor holandês Vincent van Gogh se destaca pelo contraste entre os tons vibrantes de amarelo e os tons áridos de marrom. Para os botânicos, o que chama a atenção é outro aspecto: as flores retratadas têm traços bem diferentes dos girassóis mais comuns.


John Burke, professor da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, ficou tão intrigado que conduziu um estudo sobre o assunto, e descobriu a anomalia genética que fez dos girassóis de Van Gogh mutantes. A pesquisa foi publicada pela revista científica "PLoS Genetics”.
O tipo mais comum de girassol contém uma espiral de ramos amarelos, grandes e achatados, com mais centenas de pequenos ramos no perímetro externo, que produzem sementes. Nos que Van Gogh pintou na década de 1880, os girassóis têm múltiplos ramos amarelos e menos ramos menores.
A equipe de Burke cruzou diferentes tipos de girassóis em busca de um gene recessivo que provocasse a diferença. Como base de comparação, nos humanos, genes recessivos fazem que uma pessoa tenha olhos claros ou sangue tipo O, por exemplo. Ou seja, é relativamente comum.
Por fim, os pesquisadores descobriram que a anomalia não é causada por um gene recessivo, mas sim por uma mutação genética. Um gene específico, chamado HaCYC2c, apresenta uma configuração diferente somente nas flores do tipo que Van Gogh desenhou.

2 comentários:

Curioso disse...

Ok, mas podiam explicar aos não botanicos melhor a diferença entre o girassol comum e os do pintor? nao percebi bem...

Paulo Gurgel disse...

Na década de 1880, Vincent van Gogh pintou girassóis cujos tons diferem dos girassóis comuns. Uma pesquisa mostrou que os girassóis do pintor correspondem a uma fenótipo da planta que tem uma mutação genética.
Existe naturalmente e suas flores são mais belas. Van Gogh acertou em cheio.