que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
O poema "Congresso Internacional do Medo" foi publicado num momento muito difícil para o mundo: 1940. A Segunda Guerra Mundial tinha começado em 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pelo exército alemão.
Frase do dia
Filha do medo, a raiva é mãe da covardia. ~ Chico Buarque, em As Caravanas.
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