05 outubro, 2015

Um acerto de contas

Ernest Thompson Seton (1860–1946), escritor e naturalista, descrevia seu pai como "o homem mais egoísta que eu já conheci ou ouvi falar na vida real ou na ficção".
Em 1881, no aniversário de 21 anos de Seton, seu pai o chamou ao escritório, tirou um enorme livro de caixa de um estante bem alta e abriu-o na letra "E".
No livro, o pai tinha anotado todos os gastos feitos com o filho, com o dia e a data de cada desembolso, incluindo os honorários do médico obstetra. O total era 537,50 dólares.
"Até aqui", disse o pai, "eu não estou cobrando nenhum juro. Mas, a partir de agora, eu devo adicionar a razoável taxa de 6 por cento ao ano. Ficarei feliz em vê-lo quitando a dívida na primeira oportunidade possível".
Atordoado, Seton saiu da sala, recusando a oferta do pai "para fornecer – sem despesa – uma cópia completa do endividamento".
Enquanto se retirava, ainda ouviu do pai: "Deus o abençoe, meu filho. Com o curso natural dos acontecimentos, você deixa de ser um prisioneiro em minha casa. Mas eu confio fervorosamente que você nunca vai esquecer o que deve a seu pai, que é para você no mundo aquele que está logo depois de Deus".
Seton pagou a conta e nunca mais falou com o pai.

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