26 março, 2020

"Scrotum humanum", a piada perdida

A palavra "dinossauro" não foi cunhada até 1842, apesar de ossos fossilizados dessas criaturas já terem sido encontrados por pessoas que apreciavam cavar no chão. Elas atribuíam sua origem a tudo que se pudesse relacionar com dragões e gigantes. No entanto, a ciência da paleontologia avançou, com algumas histórias maravilhosas tendo surgido ao longo do caminho, como a dos primeiros ossos do Megalossauro que foram seriamente estudados.
Antes de ser chamado de Megalossauro, ele tinha um nome um pouco mais engraçado. Veja você, em 1763, um médico chamado Richard Brookes, estudando um dos desenhos de Robert Plot (em "Natural History of Oxfordshire", de 1677), apelidou-o de Scrotum humanum porque achava que parecia um conjunto de testículos petrificados.
(Para deixar claro, Brookes sabia que não era um fóssil de um par de testículos gigantes, mas, no entanto, decidiu nomeá-lo assim, porque os homens de todas as épocas na história da humanidade não podem deixar de fazer piadas com genitais em todas as oportunidades que surgem.)
Embora hilário, no século 20, isso representou um problema para a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (CINZ), quando chegou a hora de classificar formalmente o Megalossauro como tal. O problema era, é claro, que Brookes o havia nomeado primeiro.
Mas a CINZ decidiu que, como ninguém mais depois de Brookes, o havia chamado de Scrotum humanum, esse nome poderia ser considerado um nomen oblitum, um nome esquecido. Assim, o Megalosaurus venceu.
O que foi lamentável, porque a discussão sobre o Scrotum humanum ainda teria proporcionado boas piadas nas aulas de ciência em todo o mundo.

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