04 janeiro, 2019

Agricultura lunar

Chang'e-4
Na quinta-feira (3), a China se tornou o primeiro país a pousar uma sonda no lado oculto Lua — a Chang'e-4, que já mandou as primeiras imagens da superfície do satélite da Terra.
A Chang'e-4, assim batizada em homenagem à deusa chinesa da Lua, carrega um recipiente de alumínio de 3 quilos, com sementes de batatas, tomates e da Arabidopsis thaliana (uma planta com flores), além de um punhado do ovos do bicho-da-seda.
Contendo ar, água e uma solução nutritiva especial, o cilindro lacrado constitui um ecossistema completo, no qual se espera a produção de oxigênio pelas plantas, a partir da utilização do dióxido de carbono exalado pelas larvas do bicho-da-seda. O sucesso deste projeto de universidades chinesas nos dirá o quanto a gravidade extremamente baixa da Lua pode afetar o crescimento dos organismos vivos e a qualidade da seda que os insetos produzem.
As vidas desses pioneiros lunares serão transmitidas para a Terra por meio de uma pequena câmera instalada no cilindro.
A gravidade da lua é de apenas 17% da gravidade da Terra, o que torna mais complicada a sobrevivência de organismos em crescimento. A biosfera de alumínio de Chang'e-4 é isolada e equipada com seu próprio suprimento de energia para regular a luz e a temperatura que são diferentes na Lua, embora não haja muito o que fazer para neutralizar a microgravidade.
Já está claro que a agricultura lunar não será fácil. Como os cientistas da ISS descobriram, a água tende a se aglomerar em baixa gravidade. É provável que a água pulverizada na base da planta "grude no caule ou adira ao material no qual a planta cresce", observa a NASA, em The Physics of Space Gardens. A conferir: se plantas e animais estabelecerão uma sinergia para crescer sob a magra gravidade lunar.

N. do E.
O astronauta Mark Watney (Matt Damon) sobreviveu comendo batatas, quando ele ficou preso em Marte. Mas isso foi na ficção — no filme "The Martian" ("Perdido em Marte", no Brasil).
Ao consumidor, as batatas

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