26 novembro, 2018

A roleta russa

As regras deste jogo são simples – e mortais! Um revólver é carregado com uma ou algumas balas, com partes do tambor vazias. Gira-se o cilindro de maneira a não se saber onde estão as balas. Os "jogadores", então, tomam sua vez para apontar a arma contra a própria cabeça e puxar o gatilho.
A origem do nome ainda é desconhecida, mas é interessante notar que na vasta amplitude da literatura russa do século 19, que retrata uma porção de fanáticos militares, a expressão "roleta russa" não é mencionada nenhuma vez.
Um jogo parecido é descrito pelo escritor russo Mikhail Lermontov, em "Herói do nosso tempo" (1840). A última história do livro ("O fatalista") mostra um jogo que envolve uma pistola com uma única bala, a qual os jogadores não fazem ideia de onde está (a bala, bem entendido).
Já em "Atirador de Zurbagan" (tradução livre, 1913), de Aleksandr Grin, uma versão do jogo é feita com um revolver com seis balas (aqui, presume-se que os jogadores realmente têm uma tendência suicida).
Todavia, a expressão "roleta russa" (Russian Roulette) foi usada pela primeira vez apenas em 1937, pelo escritor suíço George Arthur Surdez. Em um artigo sob este título, ele cita as palavras de um sargento francês que serviu em uma legião estrangeira do exército russo e observou os oficiais russos tirando uma partida do jogo mortal em 1917.
"Cuco" (em russo, "kukuchka") também é outro jogo militar insano: diversos oficiais com pistolas são trancados em uma sala escura, um deles começa a gritar "cuco", enquanto os outros tentam atirar nele. O jogo continua até alguém se ferir – ou o pior acontecer. O jogo tinha o intuito de imbuir os soldados do tsar de destemor, muito necessário então, e de indiferença quanto à morte.
Hoje, a roleta russa é jogada de maneira mais segura, com armas que apenas dão um choque no jogador.
Gueórgui Manáev, RUSSIA BEYOND

Um projeto insano: Eutanásia-russa

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