A geladeira aqui de casa que, de vez em quando, faz uns barulhos estranhos, Hoje deu um longo silvo, como um suspiro de quem se entrega.
Parecia dizer: "Se não melhorarem as condições de trabalho, reduzindo esse calor, eu paro de tentar refrigerar qualquer coisa".
Espero que o clima melhore logo, antes que a pobre geladeira dê um suspiro final.
Fernando Gurgel
Fernando,
Vamos deixar fora o problema da baixa umidade (frequente aí no DF, mas de ocorrência improvável no interior de uma geladeira – por conta do tal ponto de orvalho). Aliás, sua geladeira não se queixa da umidade. Ela só reclama do calor. Não quero aqui dizer que a geladeira é mofina. Mas... se ela estivesse, por exemplo, em Floriano ou Sobral, a reclamação já subiria alguns graus. Quanto a você, meu cearense de Acopiara, vejo que o humor continua ótimo. Como prova o trocadilho (em negrito, por iniciativa minha) que você colocou em sua correspondência. Ter bonne humeur não é para qualquer um... quando se está a risco de perder uma fiel companheira – por intermação! Pois bem, não chega a ser um refrigério para a alma, mas torço para que o suspiro final desta criatura, que é uma autêntica representante da linha branca, seja enfim postergado. Melhorando o clima em Brasília (inclusive o clima político), isto se tornará factível.
Um comentário:
Hoje choveu e o clima melhorou muito.
Quanto à geladeira, ela já tem um histórico de reclamações. Apesar de relativamente jovem, ela emite uns sons que parecem gemidos. Desde que foi comprada.
Até já ameacei dar uns cascudos nela, mas me contive porque, nestes tempos de mau humor, fiquei com receio de ser denunciado por abuso de autoridade ou, pior, por maltratar uma criatura tão indefesa.
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