Será que os trovões da madrugada de 06/06/08 foram para assinalar a sua chegada aos 60?
(De Marcelo para Paulo Gurgel)
Questionou-me o meu irmão Marcelo se a trovoada das primeiras horas do dia 6 estava a assinalar a minha chegada aos 60 anos.
Claro que não.
Desconheço como as forças da Natureza possam se reunir para a produção de raios e trovões. E se, quando o fazem, alguma vez têm esse propósito de render homenagens a alguém.
É o tipo da manifestação que, em campo aberto, pode até fulminar o homenageado.
Por essa e outras, não tive nem coragem de ir à varanda do apartamento para dar uma espiada no grande espetáculo. Seria confiar demais na eficiência do para-raios do meu edifício. E permaneci deitado, enquanto durou o evento, a bem dizer aterrorizado com tantos clarões e ribombos.
O que aconteceu em Fortaleza na madrugada do dia 6 teve proporções bíblicas, faltando apenas que abrissem as comportas do céu para termos o Dilúvio 2.
Acredito inclusive que possa ter havido uma conjuração desta turma: Zeus, com suas faíscas, Thor, com seu martelo bumerangue, Quetzacoatl, com seu nome impronunciável, e também o nosso deus Tupã. Este último, porém, como uma forma de reabilitação.
Uma força que os companheiros deram para que ele voltasse a ser o deus brasileiro do trovão. Um nome respeitado por todos, como nos velhos tempos em que aqui se falava a Língua Geral. E não um mero nome que hoje os pobres gostam de botar em seus cachorros.
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