Padre Antônio Thomaz
"Quando partimos, no vigor dos anos
Da vida pela estrada florescente
As esperanças vão conosco à frente
E vão ficando atrás os desenganos.
Rindo e cantando, céleres e ufanos
Vamos marchando, descuidosamente...
Eis que chega a velhice de repente,
Desfazendo ilusões, matando enganos.
E é só então que vemos claramente
Quanto a existência é rápida e fugaz!
E vemos que sucede exatamente
O contrário dos tempos de rapaz:
— Os desenganos vão conosco à frente,
E as esperanças vão ficando atrás!"
UM PADRE NOSSO
Antônio Thomaz (ou Antônio Tomás, como o seu nome em grafia moderna aparece nas placas da avenida que o homenageia em Fortaleza) nasceu em Acaraú, Ceará, em 1868. Fez seus primeiros estudos em Sobral e, no ano de 1891, ordenou-se padre no Seminário de Fortaleza. Além de ter a existência dedicada ao sacerdócio, Antônio Thomaz distinguiu-se por ser um exímio sonetista.
Em concurso literário promovido em 1924 foi escolhido "Príncipe dos Poetas Cearenses" - sem ter livro de poesia publicado! Apenas por sua obra já divulgada sob a forma de colaborações esparsas em jornais e revistas. Ao todo, o padre poeta escreveu mais de cem poemas, sendo os mais célebres: "A morte do jangadeiro", "O palhaço", "A meretriz" e "Contraste".
Ao falecer, em 1941, expressou o desejo de que seus poemas continuassem não reunidos em um livro. O que, postumamente, não tem sido um obstáculo a que muitos deles figurassem em antologias nacionais.
Informações e imagem obtidas no Jornal da Poesia.
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