No século 18, o jurista inglês Jeremy Bentham (1748–1832) projetou o Panopticon (imagem), um modelo estrutural que poderia ser aplicado às mais diversas instituições (penitenciárias, por exemplo), como forma de otimização da vigilância e de economia de pessoal que realiza tal função.
Esta estrutura era caracterizada por um edifício circular com uma torre de vigilância e as celas dispostas em sua volta. Cada uma das celas teria uma abertura para a entrada de luz e portas com grades para a difusão da luz no interior do edifício.
Porém, a difusão da luz se daria de um modo que o encarcerado não conseguisse enxergar o exterior, nem o vigilante presente no centro da torre. Todo esse mecanismo estrutural tinha como objetivo a impactação psicológica sobre os encarcerados, para que eles se sentissem observados todo o tempo. Sem conseguir enxergar o que ocorria externamente ao edifício, eles seriam tomados por um enorme sentimento de solidão, mesmo que estivessem "acompanhados" pelo vigilante. Bentham acreditava que este impacto nunca seria esquecido por aqueles que passassem por lá. Com isso, o local atuaria como uma espécie de prevenção para que o encarcerado, por receio de voltar novamente à instituição, não mais tornasse a delinquir.
Ele estava tão obcecado com a ideia que propôs colocá-la em prática, pessoalmente. "Permitam-me construir uma prisão neste modelo", escreveu ele ao Committee for the Reform of Criminal Law. "Eu vou ser o carcereiro. Vocês vão ver que o carcereiro não terá salário. Não vai custar nada à nação".
Ele passou grande parte da década de 1790 tentando emplacar seu projeto. E, como não conseguiu encontrar apoio, o Panopticon nunca foi construído.
No Wikipédia, você lê que a Teoria Panóptica de Bentham tinha um alcance maior. Além das penitenciárias, o autor preconizava a sua aplicação nas fábricas, manicômios, hospitais e escolas.
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