18 agosto, 2015

Uma certa fatalidade com a função presidencial

Robert Todd Lincoln, o filho mais velho de Abraham Lincoln, é tema de uma coincidência desagradável na história dos EUA: ele é a única pessoa conhecida por ter estado presente ou nas proximidades dos assassinatos de três presidentes estadunidenses.
Quando ele chegou a Washington, em abril de 1865, seus pais o convidaram para ir ver "Our American Cousin", no Ford's Theater, com eles. O jovem oficial estava tão exausto de sua jornada que pediu para ser dispensado do convite a fim de ter uma boa noite de sono. Naquela noite, John Wilkes Booth atirou em Abraham Lincoln, e Robert estava ao lado do pai quando ele faleceu na manhã seguinte.
Em 1881, o prestígio político da família Lincoln e o seu destaque como advogado qualificaram-no para se tornar secretário de Guerra da recém-empossada administração James A. Garfield. Em julho do mesmo ano, Robert Lincoln preparou-se para viajar de trem a Elberon, New Jersey, com o presidente, mas essa viagem não aconteceu. Antes de o trem sair da estação, Charles Guiteau atirou em Garfield, que morreu de complicações da ferida dois meses depois.
No entanto, isso não foi tudo para Robert Lincoln. Duas décadas se passaram sem um assassinato presidencial, mas a estranha sorte de Lincoln levantou a cabeça novamente em 1901. A convite do presidente William McKinley, ele viajou para Buffalo para participar de uma exposição pan-americana. Ele estava a caminho de se encontrar com McKinley quando o anarquista Leon Czolgosz disparou contra o presidente, por duas vezes, à queima-roupa.
Após estes três incidentes, Robert Lincoln recusou-se a participar de todas as funções presidenciais. Ele observava secamente que havia "uma certa fatalidade com a função presidencial quando estou presente".

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