Um peixe nada na Amazônia, em meio a uma água turva e com vegetação. Ele está escondido, mas não está seguro. De repente, duas rajadas de eletricidade através da água ativam os neurônios que controlam os músculos do peixe. Ele se contorce, dando a sua posição e condenando a si mesmo. Agora, ele é eletrocutado por uma saraivada contínua de impulsos elétricos. Todo os seus músculos se contraem e seu corpo se enrijece. Ele não pode escapar; ele não pode sequer se mover. E seu atacante, uma enguia elétrica, se move para o devorar.
A enguia elétrica (Electrophorus electricus) ou o poraquê (como ela é conhecida no Brasil) cria sua própria eletricidade. Mais de quatro quintos dos dois metros de comprimento do seu corpo são constituídos por células especiais, à maneira de uma bateria, que podem produzir, em conjunto, um choque de até 600 volts. Mas a forma como a enguia usa essa habilidade é ainda mais chocante. Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt, descobriu que este espantoso predador pode usar sua eletricidade como um controle remoto ao paralisar de longe os músculos de sua presa.
Electric Eels Can Remotely Control Their Prey's Muscles, por Ed Youg, National Geographic
Referência:
Catania, 2014. The shocking predatory strike of the electric eel. Science http://dx.doi.org/10.1126/science.1260807
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