A grafofagia é um neologismo cunhado por Janet Beizer, professora de línguas e literaturas românicas da Universidade Harvard, para designar o ato de ingerir textos com fins sobrenaturais.
A grafofagia, na verdade, é um subconjunto da antiga xilofagia. Nesta, o portador come o papel, apenas por ser papel, e desenfastia-se com lascas de madeira. Enquanto na grafofagia é como no jogo do bicho: vale o que está escrito. O portador atribui uma propriedade simbólica ou mágica às palavras que estão no papel e, por isso, o come.
Se soubesse que o papel aceita tudo...
Tarlei Martins (link) encontra uma acepção diferente para a grafofagia. Ao observar o que acontece nos chats e redes sociais (o reino do fast) em que as palavras sofrem mordidas, principalmente nas vogais. A grafofagia como um fenômeno que atinge o corpo gráfico dos vocábulos.
Quando atinge o corpo fônico, então o caso é de glossofagia. Como acontece nestes exemplos: "refri", "preju", "deprê", "patropi"...
Patropi? Na canção "País Tropical", do Jorge Ben, há glossofagia em "catadu", digo, catadupa.
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