Há, contudo, idiomas que chegam a ter 20 gêneros, como ocorre em dialetos bantu, e, no outro extremo, idiomas em que não há gênero algum, como ocorre nos idiomas basco e húngaro.
Em Dyirbal tradicional, uma língua aborígene da Austrália hoje falada por cinco pessoas, todas acima dos 60 anos de idade (dados de 2011), há quatro gêneros:
- bayi: homens, cangurus, gambás, morcegos, a maioria das cobras, a maioria dos peixes, algumas aves, a maioria dos insetos, a lua, as tempestades, arco-íris, bumerangues, algumas lanças etc.
- balan: mulheres, marsupiais, cães, ornitorrinco, Echidna, algumas cobras, alguns peixes, a maioria dos pássaros, vaga-lumes, escorpiões, grilos, qualquer coisa ligada com água ou fogo, o sol e as estrelas, escudos, algumas lanças, algumas árvores etc.
- balam: todas as frutas comestíveis e as respectivas plantas, tubérculos, samambaias, mel, cigarros, vinho, bolo etc.
- bala: partes do corpo, carne, abelhas, vento, algumas lanças, a maioria das árvores, grama, lama, pedras, ruídos e língua etc.
É preciso notar que a própria concepção de "gênero gramatical" varia de língua para língua. Quando se refere a seres vivos sexuados, o gênero é ligado ao sexo do indivíduo. Nos demais casos, a atribuição é aleatória, podendo um mesmo nome ser referido como masculino numa língua (ex.: le lit, em francês), feminino numa segunda (ex.: a cama, em português) e neutro numa terceira (ex.: das Bett, em alemão).
Da mesma forma, há variação, de idioma para idioma, das classes que variam ou não quanto ao gênero. Em países onde o movimento feminista logrou êxitos, algumas mudanças quanto ao gênero foram introduzidas nas respectivas normas gramaticais, tais como a criação de formas femininas para profissões tradicionalmente ocupadas apenas por homens (ex.: presidenta, no português do Brasil).
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