31 dezembro, 2015

A mão invisível do relógio

Toda vez que você olha em seu smartphone para verificar a sua localização, você está também
consultando uma rede de vinte e quatro relógios atômicos alojados em satélites na órbita terrestre. Estes satélites estão enviando, a cada momento e em perpetuidade, o mais elementar dos sinais: o tempo é de 11: 48: 25,084738. . . o tempo é de 11: 48: 25,084739. . . Quando o telefone tenta descobrir sua localização, ele puxa para baixo, pelo menos, três desses sinais do tempo, a partir de satélites, em que cada um relata um tempo ligeiramente diferente (graças ao tempo que o sinal leva para viajar do satélite para o receptor de GPS em sua mão). Um satélite que relata um momento posterior está mais perto do que outro que relata um momento anterior. Uma vez que os satélites têm locais perfeitamente previsíveis, o telefone pode calcular a sua posição exata por triangulação entre três diferentes marcações do tempo. Como os navegadores navais do século XVIII, o GPS determina a sua posição comparando relógios. Esta é, de fato, uma das histórias recorrentes da história do relógio: cada novo avanço na cronometragem permite um avanço correspondente no nosso domínio da geografia – a partir de navios, para estradas de ferro, para o tráfego aéreo e para o GPS.
É uma ideia que Einstein teria apreciado: medir o tempo acaba por ser a chave para medir o espaço.

"How We Got to Now", Steven Johnson. InO Efeito Hummingbird, por Maria Popova

Comentário
Muito boa, Paulo! Essa nossa mania de medir... Abraço,
Adilson Camacho, Portal LN
Resposta
O incomensurável Galileu Galilei deu a senha: "Mede o que é mensurável e torna mensurável o que não o é."

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