Nesta época, no Hemisfério Norte, ocorre a noite mais longa do ano e, como faz muito frio, as famílias faziam celebrações dentro dos seus lares.
Assim, ao invés de acender fogueiras, comemoravam ao redor de uma árvore colocada dentro de casa. Ali faziam oferendas e outros rituais, para agradecer as colheitas e pedir proteção no longo período frio que se iniciava.
Nas ruas vazias, um velhinho astuto, vestido de vermelho, gorro na cabeça para se proteger da neve, empurrava um rústico trenó puxado por um cão maltratado.
Após verificar que estavam todos dormindo, entrava nas casas e levava o que tinha de valor.
Naquele dia estava mais difícil. Não conseguira levar muita coisa. Tentou uma casa meio isolada, em cima de uma colina. Entrou por uma janela que estava mal trancada. Todos dormiam, mas o cenário dentro da casa era desolador. Uma árvore murcha, restos de farofa, um pouco de vinho barato e muita pobreza. Nos quartos, algumas crianças e o casal dormiam amontoados por causa do frio. Pulou a janela, retornou ao trenó, encheu um saco com o que havia furtado das outras casas e retornou para deixá-los na pobre casa.
Na saída, deu azar. Foi apanhado pulando a janela. Gritou: "Hô, hô, hô, estou trazendo alegria e presentes para esta bela família".
Naquele caso, era verdade.
(E a tradição se perpetuou, sem mudar nada. Corrijo: Acrescentaram apenas um presépio e algumas presepadas.)
Fernando Gurgel Filho
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