"Que aqueles 'indivíduos humanitários' que são a favor da escravidão coloquem-se no lugar do escravo no porão barulhento de um navio negreiro, apenas por uma viagem da África à América, sem sequer experimentarem mais que isso dos horrores da escravidão: se não saírem abolicionistas convictos, então não tenho mais nada a dizer a favor da abolição." ~ Baquaqua
A história de Mahommah Gardo Baquaqua, único relato autobiográfico sobre a vida de um escravo do Brasil, vai ser traduzida para o português. Baquaqua foi levado da África Central no século 19 e entrou para a história por seus relatos ao americano Samuel Moore, que, em 1854, publicou com detalhes as histórias do tráfico de escravos. Filho de um próspero comerciante da cidade de Djougou (hoje o Norte de Benin), no continente africano, ele foi trazido à força ao Litoral Norte de Pernambuco.
Baquaqua, mesmo tendo "direito à liberdade", foi vítima do tráfico de escravos e chegou a Olinda em 1845 (ainda que o tráfico estivesse proibido no Brasil desde 1831). Seu livro é objeto de investigação, por Bruno Véras, apoiada pelo Ministério da Educação e pelo Consulado do Canadá (onde Baquaqua viveu, depois de livre), e deverá difundir pela internet as histórias dos locais onde o ex-escravo passou.
Agora, a memória dos escravos ganha ainda mais voz, para que jamais esqueçamos o que passou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário