Provável retrato de Fernando II de Aragão, rei de Nápoles, por Vittore Carpaccio (Lugan, Thyssen Collection). |
Mesmo nos bons e velhos tempos, a frase "inquieta está a cabeça que usa uma coroa" podia simplesmente significar que o rei tinha piolhos.
Um relatório de caso conta em detalhes as desgraças capilares de Fernando II de Aragão. Fernando, que pisou na Terra de 1467 a 1496, tornando-se rei de Nápoles, tinha piolhos que pisaram em seu couro cabeludo, ainda por algum tempo depois. Os restos mumificados de toda a comunidade de Fernando e seus piolhos viveram, por assim dizer, em Nápoles, na sacristia da Basílica de San Domenico Maggiore.
Anos atrás, uma equipe de cientistas, da Universidade de Pisa e da Universidade de Roma, trabalhando na múmia real com um microscópio eletrônico de varredura e diversos instrumentos de análises químicas, encontrou uma antiga infestação maciça de piolhos em Fernando, além de um alto teor de mercúrio (887 ppm) em seus cabelos e pelos pubianos.
Este caso representa um importante achado para a história da medicina porque demonstra que, à época do Renascimento, o mercúrio era aplicado localmente tanto para tratar a sífilis quanto para evitar ou eliminar a infestação de piolhos.
GINO Fornaciari , SILVIA MARINOZZI , VALENTINA Gazzaniga , VALENTINA Giuffra , MALAYKA SAMANTHA PICCHI , MARIO GIUSIANI ,e MASSIMO MASETTI
Europe PubMed Central
Ver também...
Um ano com Mercúrio!, postagem 305 do Acta
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