Luís Fernando Veríssimo, lembrando-se de um texto que escreveu, certa vez, sobre a visita de uma comissão a um manicômio:
A comissão é recebida por uma recepcionista, que passa a dar instruções desencontradas sobre como chegar ao gabinete do diretor — “Entrem por aquele corredor marchando de costas e cantando a Marselhesa” — até que vem um médico buscá-la, explicando que se trata de uma louca que pensa que é recepcionista. Mas o médico não é médico, também é um louco passando por médico, e que é levado por um segurança. Que não é um segurança, é outro louco que declara ser sobrinho-neto do Hitler, e é levado por um enfermeiro para o seu quarto. Mas o enfermeiro também não é enfermeiro, é um louco que etc, etc. A comissão finalmente chega ao gabinete do diretor — ou alguém que pode ser o diretor ou um louco que se passa pelo diretor. Como saber se é o diretor mesmo?
— Não há como saber — diz o possivel diretor. — Nem eu sei. Mas temos que supor que eu sou o diretor e não outro louco. Senão isto aqui vira um caos!
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