31 março, 2012

URUGUAI E ARGENTINA. Notas de viagem 7 e 8

por Nelson José Cunha
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Paguei 110 pesos pela entrada no belíssimo Teatro Colón em Buenos Aires. Os argentinos que faziam fila na minha frente pagaram 30.
No hotel L'Auberge, em Punta del Este, onde descemos para um chá da tarde, o waffer custava R$25,00, a geleia R$10,00 e a água mineral R$12,00. A intenção é essa: fazer o turista sentir-se um pato em água fervente - depenado!
No Brasil não é diferente. O assalto ao turista começa quando se toma um táxi e daí se segue uma rotina espoliadora. Até que ele, cansado, retorna ao hotel e diz:
Whew! Never more!
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Gosto de arquitetura. Um passeio a pé na região central de Buenos Aires é um deleite, tal a coleção de edifícios magníficos do início do século vinte. Era o apogeu argentino. Estão todos lá - salvos, talvez, da fúria das construtoras que, inibidas pelas crises econômicas sucessivas, deixaram todas aquelas maravilhas em pé.
Sente-se em um dos inúmeros cafés. Peça um cortado, uma pasta frola e simplesmente olhe para cima para sentir-se como Borges:
“Siempre he sentido que hay algo en Buenos Aires que me gusta. Me gusta tanto que no me gusta que le guste a otras personas. Es un amor asi, celoso"
O estilo é francês, mas com um requinte que Paris inveja. Há quatro anos aluguei um apartamento por temporada num desses edifícios. Pé direito de seis metros, restaurado e mobiliado com móveis da época. Não é caro, coisa de dois mil dólares ao mês para uma família inteira.
(março de 2012)

2 comentários:

Nelson Cunha disse...

Paulo,
Para quem gosta de arquitetura, o link é este aí. Está com o título de " edificios antiguos" . A Liliana fotografa bem e há muito mais em seu site.


http://www.ipernity.com/doc/lilianabonavita/11002614

Paulo Gurgel disse...

Conforme solicitado ajustei o link para "edificios antiguos".
Um abraço, Nelson.