Del salón en el ángulo oscuro,
de su dueña tal vez olvidada,silenciosa y cubierta de polvo,
veíase el arpa.
¡Cuánta nota dormía en sus cuerdas
como el pájaro duerme en las ramas,
esperando la mano de nieve
que sabe arrancarlas!”
“-¡Ay! -pensé-, ¡cuántas veces el genio
así duerme en el fondo del alma,
y una voz, como Lázaro, espera
que le diga: “Levántate y anda”!
RIMA VII, Adolfo Becquer
A harpa, juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos. Teria se originado dos arcos de caça que faziam barulho ao roçarem na corda. Ela é sempre triangular, lembrando um arco de caça. Tem-se conhecimento através de fábulas épicas, poesias e trabalhos de arte, que as harpas existiam séculos antes de Cristo, na Babilônia e Mesopotâmia. Foram encontrados desenhos de harpas na tumba do Faraó Egípcio Ramsés III (1198-1166 a.C.), em esculturas da Grécia antiga, em cavernas do Iraque que datam desde 2900 a.C e textos religiosos judaico-cristãos afirmam que a harpa e a flauta existiam antes mesmo do Dilúvio. A harpa é constituída pelo corpo, pedais e cordas.
A harpa paraguaia
É uma harpa diatônica com 32, 36, 38 ou 40 cordas, feita com madeira tropical, com um exagerado arco de pescoço e tocada com as unhas e dedos. Chegou ao Paraguai com as missõres religiosas. Os jesuítas a usavam como instrumento de evangelização dos índios guaranis.
Um de seus intérpretes mais famosos foi Luis Bordón (1926-2006), que se tornou muito conhecido no Brasil por seu disco "A Harpa e a Cristandade". Neste vídeo, acompanhado de Luis Bordón, filho, o harpista paraguaio executa "Pájaro Campana" do folclore de seu país. Esta canção, composta sobre um motivo onomatopaico, tem a autoria atribuída a diferentes compositores (inclusive a Félix Pérez Cardozo).
"Pájaro Campana" também foi um grande sucesso dos violonistas brasileiros LOS INDIOS TABAJARAS. Aqui.
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