O bravo hebdomadário e a música popular brasileira por diversas vezes cruzaram-se nos caminhos.
Em 1970, Paulo Diniz compôs a música "Quero voltar pra Bahia" em homenagem a Caetano Veloso que, naquela época, se achava exilado em Londres. A música de Paulo Diniz, que tinha um refrão em inglês (I don't want to stay here / I want to go back to Bahia), numa de suas estrofes, fazia essa referência ao Pasquim:
"Via Intelsat eu mando
Notícias minhas para o Pasquim
Beijos pra minha amada
Que tem saudades e pensa em mim."
Ainda em 1970, o Pasquim brindava os seus leitores com o encarte de um mini-compacto em uma edição especial. Trazia esse mini-compacto duas músicas: no lado A, "Cosa Nostra", de Jorge Ben, e no lado B, "Coqueiro Verde", um samba de Roberto e Erasmo Carlos, numa gravação do Trio Mocotó. Nessa gravação, havia um momento em que a música era interrompida (à citação de "como diz Leila Diniz") para se ouvir um trecho de uma polêmica entrevista da musa do Pasquim. E a referência ao "velho pasca", em "Coqueiro Verde", encontrava-se na estrofe a seguir:
"Mas eu vou me embora
Vou ler meu Pasquim
Se ela chega e não me vê
Sai correndo atrás de mim."
Não tenho certeza se o Pasquim repetiu a fórmula do encarte de mini-compactos em outras edições. Mas, em 1982, ele lançou o disco "MPB Independente", que reunia alguns dos grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim ("Águas de Março"), Caetano Veloso ("A Volta da Asa Branca"), João Bosco ("Agnus Sei"), Fagner ("Mucuripe") e outros.
E foi em 1990 que aconteceu a grande homenagem à editora do "rato que ruge". Quando a Escola de Samba Acadêmicos da Santa Cruz desfilou no carnaval carioca com o enredo "Os Heróis da Resistência". Entoando o refrão do "Gip, gip, nheco, nheco", o nome da coluna do Ivan Lessa no Pasquim:
“Gip, gip, nheco, nheco
Por favor, não apague a luz!
Goze desta liberdade
Nos braços da Santa Cruz.”
Sobre isso eu já falei na postagem de 4 de outubro de 2007.
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