A morte de Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, que iniciou a carreira artística integrando o Bando dos Tangarás (1929 -1933), do qual faziam parte Noel Rosa e Almirante, entre outros. O conjunto musical, cujo repertório era de cocos e emboladas, tinha esse nome em alusão ao tangará, um pássaro cantor e dançarino. Para manter o espírito da coisa, Braguinha sugeriu que todos os membros do conjunto adotassem também o nome de um pássaro. Para si escolheu chamar-se João de Barro, mas os outros não o seguiram em tal proposta.
E foi com o pseudônimo João de Barro que Braguinha assinou a sua vasta produção musical. Das inúmeras marchinhas que, nos anos 30 e décadas seguintes, animaram o carnaval brasileiro e as festas juninas, até os clássicos que o imortalizaram. Como “Carinhoso” (com Pixinguinha), “Pastorinhas” (com Noel Rosa), “Copacabana” (com Alberto Ribeiro), “Laura” (com Alcir Pires Vermelho), “A Saudade Mata a Gente” (com Antonio Almeida) e “Touradas em Madri” (com Alberto Ribeiro). Esta última canção, em ritmo de paso doble, teve a sua consagração na Copa Mundial de Futebol de 1950. No estádio do Maracanã lotado, com a multidão assistindo ao Brasil derrotar a Espanha, e cantando provocativamente as "Touradas em Madri".
Outro momento de consagração para o compositor foi no carnaval de 1984. Quando desfilou no sambódromo do Rio de Janeiro, pela Mangueira (a campeã do ano), homenageado por esta escola com o samba-enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”.
Também criou músicas para estórias infantis, como as trilhas sonoras de “Chapeuzinho Vermelho” e de “Branca de Neve”, e fez versões musicais. “Luzes da Ribalta” e “Sorri”, ambas para composições originais de Charles Chaplin, são exemplos da sua versatilidade como autor de versões.
Morrendo aos 99 anos, Braguinha, ou melhor, João de Barro deixou um legado imenso e inesquecível para a cultura brasileira.
Good morning pic.twitter.com/bywGfViGhd— Irena Buzarewicz (@IrenaBuzarewicz) November 15, 2019
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