"Vamos morrer, e isso nos torna os felizardos. A maioria das pessoas nunca vai morrer porque nunca vai nascer. As pessoas em potencial que poderiam estar aqui, em meu lugar, mas que de fato nunca verão a luz do dia, superam os grãos de areia da Arábia. Certamente, esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores do que Keats, cientistas maiores do que Newton. Sabemos disso porque o conjunto de pessoas possíveis permitidas por nosso DNA excede enormemente o conjunto de pessoas reais. Diante dessas probabilidades estonteantes, somos você e eu, em nossa normalidade, que estamos aqui. Nós que fomos algo privilegiados, ao ganharmos na loteria do nascimento contra todas as probabilidades, como ousamos reclamar de nosso inevitável retorno àquele estado anterior do qual a vasta maioria nunca saiu?"
29 setembro, 2022
Dawkins e o privilégio de viver
Em "Unweaving the rainbow" (Desvendando o arco-íris), o biólogo evolucionário Richard Dawkins escreve:
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