28 janeiro, 2022

Através do zero

A antiga Mesopotâmia criou o conceito matemático do zero e a antiga Índia deu-lhe uma forma simbólica. Se o antigo mundo árabe tivesse fechado seus portões para viajantes estrangeiros, não teríamos remédios, astronomia e matemática - pelo menos não como os conhecemos hoje. 
É tudo, em certo sentido, uma história arquetípica da descoberta científica, em que um conceito abstrato derivado das leis observadas da natureza é nomeado e recebe uma forma simbólica. Mas também é uma espécie de conto de fadas intercultural oriundo de romances da razão através do tempo e do espaço.
Em The Nothing That Is: A Natural History of Zero, o matemático Robert Kaplan escreve:
Se você olhar para o zero, não verá nada; mas olhe através dele e você verá o mundo. Pois o zero traz à tona a grande expansão orgânica da matemática, e a matemática, por sua vez, a natureza complexa das coisas. De contar a calcular, de estimar as probabilidades a saber exatamente quando as marés em nossos negócios chegarão ao pico, as ferramentas brilhantes da matemática nos permitem seguir o curso de aderência que tudo toma em todo o resto - e todas as suas partes balançam no menor dos pivôs, o zero.
Os sumérios contavam por 1s e 10s, mas também por 60s. Isso pode parecer bizarro até que você se lembre de que também fazemos isso, usando 60 para minutos em uma hora (e 6 × 60 = 360 para graus em um círculo). Pior, também contamos por 12 quando se trata de meses em um ano, 7 para dias em uma semana e 24 para horas em um dia.

Indicado: O zero é uma das maiores invenções da humanidade, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

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