Fernando Gurgel Filho
Um dia acordaremos e não haverá mais a manhã.
Não esperem recados, avisos de anjos, deuses ou demônios,
Não esperem um trem; não, não há estação para o além.
Imaginar trilhos, estradas floridas... É belo, mais nada
Trombetas só existem nas bocas dos homens,
Se houver sons, serão de canhões ou cataclismos, não de harpas,
Não pensem em juízes, porque não existirão réus, nem mais culpados.
Um dia acordaremos e não haverá mais amanhã.
Uma bomba, um cometa, um buraco negro? Nunca saberemos.
Talvez outro Universo comece dos cacos, cinzas e luzes,
Quem sabe outra eternidade de séculos infinitos?
Novas células se agruparão, formando novos seres vivos,
Se o acaso fizer humanos, será o mesmo Universo outra vez.
Aí, para grande tristeza de meus versos tristes: não estaremos lá!
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