Na década de 1950, Nássara ajudou o jornalista Samuel Wainer a fundar o jornal "Última Hora", no qual manteve uma página dupla e em cores com a crônica do cotidiano do Rio de Janeiro. Em 1974, passou a colaborar com o jornal de humor "O Pasquim". Nesse momento, iniciava-se a segunda fase de sua carreira, em que foi descoberto e admirado por uma geração de caricaturistas mais novos. Permaneceu ali até 1983, com o mesmo humor afiado e traço econômico e certeiro dos primeiros tempos. Segundo o chargista Jaguar (1932), ele fazia "logotipos" das pessoas que retratava.
As charges e caricaturas de Nássara se caracterizam pelas linhas econômicas e formas geometrizadas, em que tudo é redutível a esferas, cones, ovoides combinados entre si. Como notou Millôr Fernandes, Nássara é o "Mondrian do portrait-charge, corrige a natureza fazendo com que as personagens acabem se parecendo com a caricatura". Há em seus desenhos um trabalho de abstração do real, sem que se perca a fisionomia do caricaturado. No entanto, não há interesse pelo exame psicológico dos personagens.
Como compositor, Nássara foi letrista de diversas canções, sobretudo marchinhas de carnaval. Como "Formosa" (com J. Ruy), seu primeiro sucesso (de 1932), "Retiro da saudade" (com Noel Rosa), gravada por Francisco Alves e Carmen Miranda em 1934, a antológica "Alá-lá-ô" (com Haroldo Lobo), "Florisbela" (com Frazão), , "Mundo de zinco" (com Wilson Batista), "Meu consolo é você" (com Roberto Martins), o grande hit "Balzaquiana", que ganhou uma versão para o francês de Michel Simon, e outras.
Em 1956, Nássara criou a capa do disco "Polêmica", da Odeon, dedicado à famosa "briga" entre Noel Rosa e Wilson Batista. Um fato interessante é que ele foi parceiro dos dois compositores daquela polêmica. Como de muitos outros grandes autores da MPB, aliás.
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa3203/nassara
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