Shelley não era apenas um mestre na arte de juntar palavras. Era um ativista, um homem inconformado com a desigualdade social de seu tempo.
Shelley ficou tocado, em 1819, com o que passou para a história como o “Massacre de Peterloo”, em Manchester.
Manifestantes – alguns falam em 50 000, outros em 150 000 — se juntaram no centro da cidade para pedir coisas como o sufrágio universal. Naqueles dias, apenas 3% dos ingleses podiam votar – os ricos, naturalmente.
A polícia dissolveu o encontro brutalmente. Montados em cavalos, espadas nas mãos, policiais investiram contra as pessoas. Foram dez minutos de derramamento de sangue, ao fim dos quais 500 manifestantes estavam feridos. Houve pelo menos quinze mortes.
Inspirado pelo massacre, Shelley escreveu:
Rise like lions after slumberColoquemos assim:
In unvanquishable number
Ye are many – they are few.
Levantem-se como leões depois de dormirGrande Shelley, o poeta dos humilhados e ofendidos, a voz lírica dos desfavorecidos.
Num número que ninguém haverá de destruir
Vocês são muitos – eles são poucos.
Que ele e La Boétie nos inspirem algum dia.
Paulo Nogueira, DCM
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-o-povo-brasileiro-aceita-tao-passivamente-as-barbaridades-da-plutocracia-por-paulo-nogueira/
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