27 junho, 2016

O Concorde azul

O Flight Club lembra isto:
Em 1966, para promover seu novo logotipo, a Pepsi pintou de azul um dos aviões Concorde operados pela Air France.


Ora, o Concorde operava em situações extremas: em altitudes acima de 18.000 metros, mantendo velocidades de cruzeiro de Mach 2 (2.172 km/h ou 2,04 vezes a velocidade do som), e com a fuselagem da aeronave sujeita a uma enorme pressão durante o voo supersônico. Isso requeria a utilização de uma tinta específica de elevada refletividade para dissipar tanto calor quanto possível.
Mas... o avião Concorde-Pepsi tinha de manter uma velocidade de cruzeiro de Mach 1,7, porque a tinta azul não era tão eficaz quanto a tinta branca para dissipar o calor.
Embora o corpo do avião estivesse pintado de azul, as asas (onde estavam localizados os tanques de combustível) mantinham o branco tradicional do Concorde para que obtivessem a máxima dissipação do calor.
Essa obsessão por dissipar o calor podia parecer exagerada, mas realmente não o era: quando o Concorde atingia a velocidade de cruzeiro o calor gerado pelo atrito com o ar causava uma mudança no comprimento da fuselagem de 15 a 30 cm.
Para algumas companhias aéreas atuais, esse ganho de comprimento num avião já seria espaço suficiente para colocar outra fila de poltronas.


O Concorde é um avião comercial supersônico de passageiros, que foi produzido entre abril de 1965 (fabricação da primeira peça) e o final de 1978 pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation (BAC) com a francesa Aérospatiale. Seus voos comerciais começaram em 21 de janeiro de 1976 e terminaram em 24 de outubro de 2003, tendo sido operado apenas pelas companhias British Airways e Air France.
  • A turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido sua grande altitude de voo. A aeronave era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra, e isso se fazia notar quando ela decolava após o pôr do sol de Londres e chegava a Nova Iorque ainda de dia. 
  • O consumo de combustível era altíssimo, da ordem de 20 mil litros de querosene por hora. Apesar de consumir tanto combustível, o Concorde consumia menos que um Boeing 747, porém transportando um número de passageiros muito menor.
  • Por se tratar de um avião supersônico, o Concorde emitia muito ruído e gases poluentes, e assim, por muito tempo, restrições ambientais impediram sua operação nos Estados Unidos.
  • Até ao ano 2000 o Concorde dava lucro às empresas operadoras, mas devido aos ataques de 11 de setembro de 2001 a demanda pelos voos intercontinentais diminuiu e seus voos tornaram-se economicamente inviáveis.
(extraído do artigo Concorde na Wikipédia)

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