26 julho, 2015

A democracia brasileira contra a parede

Excertos para um fim de semana
Izaías Almada
Ainda sob os eflúvios da passagem do Papa Francisco pela América do Sul, cujos países escolhidos e os certeiros discursos proferidos contra os que se julgam donos do mundo ainda darão o que falar, abro essa minha coluna quinzenal prestando uma homenagem e dando o meu incondicional apoio aos cidadãos Fernando Morais, Alexandre Padilha, Gregório Duvivier, Maria do Rosário, Guido Mantega e Jô Soares que, por se mostrarem dignos brasileiros, foram, por isso mesmo, vilipendiados em seus direitos e até mesmo ameaçados fisicamente pelo fascismo caboclo emergente, esse "fascismozinho" caipira, mas nem por isso menos perigoso e que deve ser combatido no nascedouro.
Aproveito para estender, já não sem tempo, a mesma solidariedade aos companheiros José Dirceu de Oliveira e José Genoíno Neto, primeiras vítimas políticas de uma sórdida armação judiciária, onde muitos brasileiros foram pegos de surpresa e outros tantos aderiram docilmente a uma campanha de desconstrução de lideranças populares e subversão de preceitos constitucionais e leis do Código Civil numa escalada que – sob o pretexto mais do que hipócrita da "moralização" e dos "bons costumes" – vai colocando a democracia brasileira contra a parede.
Tudo indica (e a lista de exemplos com certeza não será pequena, muito pelo contrário) que o brasileiro, independente de classe social, credo religioso ou ideologia, não se dá muito bem com a democracia e sempre que pode gosta de transformá-la na "casa da mãe Joana". Até que se instaure um novo regime autoritário. Os últimos 85 anos da nossa história não me deixam mentir.

Ler o artigo na íntegra no Blog da Boitempo
Data da publicação: 16/07/15

Izaías Almada, mineiro de Belo Horizonte, escritor, dramaturgo e roteirista, é autor de Teatro de Arena (Coleção Pauliceia da Boitempo) e dos romances "A metade arrancada de mim", "O medo por trás das janelas" e "Florão da América". Publicou ainda dois livros de contos, "Memórias emotivas" e "O vidente da Rua 46". Como ator, trabalhou no Teatro de Arena entre 1965 e 1968. Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quintas-feiras.

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