28 outubro, 2021

The Thing (A Coisa)

Em 1952, um adido americano em Moscou estava inocentemente mexendo em seu rádio de ondas curtas quando ouviu a voz do embaixador americano ditando cartas na embaixada, a apenas alguns edifícios de distância. Ele imediatamente relatou o incidente, mas embora os americanos tenham arrancado as paredes do escritório do embaixador, não conseguiram encontrar um dispositivo de escuta.
Como as transmissões continuavam chegando, os americanos trouxeram dois técnicos com equipamento especial de localização de rádio, que examinaram meticulosamente cada objeto no escritório do embaixador. Eles finalmente rastrearam o sinal para esta escultura de madeira gigante e inócua do Grande Selo dos Estados Unidos, pendurada atrás da mesa do Embaixador. Fora dado como presente pelo Komsomol, a versão soviética dos escoteiros.


Abrindo-o, eles encontraram uma cavidade com um objeto metálico incomum e misterioso, que ficou na história como The Thing (A Coisa)
A Coisa não tinha bateria, nem fios, nem fonte de energia. Era apenas uma pequena lata de metal coberta de um lado com papel alumínio, com um longo bigode de metal saindo do lado. Parecia simples demais para ser qualquer coisa.
Naquela noite, o técnico americano dormiu com A Coisa debaixo do travesseiro. No dia seguinte, eles o contrabandearam para fora do país para uma análise mais meticulosa.
Os americanos não conseguiram descobrir como A Coisa funcionava e tiveram que pedir ajuda aos britânicos. Depois de algumas semanas brincando com ela, os britânicos finalmente desvendaram o segredo de A Coisa.
Essa pequena lata redonda era uma caixa de ressonância. Se você direcionasse um feixe de ondas de rádio para ela, em uma determinada frequência, ela o devolveria para você como se fosse um diapasão. A antena de metal tinha o comprimento certo para transmitir de volta o harmônico superior de um sinal.
O ressonador estava bem atrás de um pedaço de madeira especialmente fino sob o bico da águia. Quando alguém na sala falava, vibrações no ar sacudiam a folha, deformando levemente a cavidade, o que por sua vez tornava o sinal ressonante mais fraco ou mais forte.
Como o adido descobriu, você poderia ouvir esse sinal modulado em um rádio como uma transmissão normal. A Coisa era um microfone sem fio alimentado remotamente. Estava pendurado na parede do embaixador há sete anos.
Hoje temos um nome para o que é The Thing: é uma RFID, engenhosamente modificada para detectar vibrações sonoras. Nosso mundo está cheio dessas pequenas peças de metal e circuitos eletrônicos que irão falar de volta para você, se você direcionar o tipo certo de ondas de rádio sobre elas.
Mas para 1952, isso foi uma coisa inebriante. Esses pobres fantasmas americanos estavam enfrentando uma peça de ficção científica.

OUR COMRADE THE ELECTRON (NOSSO CAMARADA, O ELÉTRON) - 1.ª parte desta palestra, que Maciej Ceglowski proferiu em 14/02/2014, na Webstock, em Wellington, Nova Zelândia.
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