"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com:
- vinte e nove afilhadas, tendo delas trinta e sete filhos e noventa e sete filhas;
- cinco irmãs, tendo delas dezoito filhas; (1)
- nove comadres, tendo delas trinta e oito filhos e dezoito filhas;
- sete amas, tendo delas vinte e nove filhos e cinco filhas;
- duas escravas, tendo delas vinte e um filhos e sete filhas;
- uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas;
- a própria mãe, de quem teve dois filhos.
Total: duzentos e setenta e cinco filhos, sendo cento e vinte e sete do sexo masculino e cento e quarenta e oito do sexo feminino, concebidos por cinquenta e três mulheres." (2)
Autos arquivados no armário 5, maço 7 da Torre do Tombo. (3)
O perdão
O rei D. João II (4) entendeu, porém, de perdoar-lhe a pena e ordenou que fosse enviado para casa, baseado no fato de "o padre Francisco Costa ter muito contribuído para o povoamento da Beira Alta". (5)
Uma lenda medieval???
(1) Dezoito filhas e nenhum filho com cinco irmãs, isso é compatível com o acaso?
(2) Os sites em geral informam os somatórios errados. Corrigi-os.
(3) Winston Graça diz que vai checar o processo na próxima vez que for a Lisboa.
(4) Em 1487, o ano do perdão, Dom João II era realmente o rei de Portugal.
(5) O padre interpretou a Bíblia ("crescei e multiplicai-vos") ao pé da virilha.
PGCS
3 comentários:
Paulo,
Aqui perto há uma comunidade chamada Padre Pinto. Será o mesmo?
Não é pinto a gente rastrear essa família, Nelson.
Eis a razão:
A família Pinto
A propósito, eu sou Pinto por parte de sogro.
Avalie uma comunidade inteira, Nelson.
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