25 junho, 2010

Eu tive um sonho

Caro Michael,
No aniversário de sua sentida ausência (25/06), eu quero lhe descrever um sonho.
Eram dois batalhões inimigos frente a frente. Jovens enfurecidos pelos seus generais lutariam contra os demônios postados do outro lado.Os tambores repicavam tentando acertar o ritmo das armas sendo engatilhadas. As baionetas sedentas brilhavam depois de uma noite de cuidadosa lustragem. Os comandantes levantaram suas respectivas espadas de comando para autorizar a carnificina.
De repente, um soldado rompe a linha, vindo da retaguarda, e corre desarmado para o campo de batalha. A seu comando, a bateria reverte o ritmo para começar a guerra. Guerra de gestos, passos, rodopios, requebros e gingados. Guerra contra a estupidez, imoralidade, servidão, mentira, injustiça e o desamor.

Os soldados de ambos os lados marcam o ritmo, balançam, riem e finalmente aplaudem. A batalha foi esquecida. O toque de dispersar faz com que todos saiam da formação para celebrar a vida. Dançar B-Boying, ouvir blues e beber uma geladinha. Foi um sonho, mas poderia ser real, custaria menos. Obrigado pela herança que você deixou.
Saudades,
Nelson José Cunha
Post scriptum
Caros Paulo e Marcelo,
Michael foi o maior artista que já vi. Entenda-se ARTISTA, alguém de habilidades múltiplas. Sammy Davis Junior cantava e dançava divinamente, mas não foi um inovador no sapateado. Madonna canta e dança, mas não dirige seus shows e está longe do Michael no quesito “personal stylist” . Vejam o que ele veste, da luva solitária ao resgate da polaina. É ou não é um inovador? Ele produzia seus próprios discos e compôs grande parte dos seus sucessos. Na nova ciência do “Marketing” era também um gênio. Sua vida, sua mudança radical da fisionomia e cor da pele não encontram paralelo entre os seus congêneres. Seus casamentos, seus filhos brancos, seu suspeito afeto por crianças, sua casa Nerverland Ranch, a posse do acervo dos Beatles, foram todas grandes jogadas publicitárias que não o fizeram um bilionário porque também tinha a volúpia no gastar. Personalidades assim, multigeniais, são raríssimas e daí o seu valor ter sido multiplicado com a sua morte. Novo golpe publicitário ?
NJC

3 comentários:

Marcelinho disse...

Caros Amigos Nelson e Paulo,
certamente o custo das "nossas" GUERRAS, diárias ou eternas são de custos e danos incalculáveis.
Quão bom seria se a PAZ reinasse.
Dizem, alguns "especialistas" que faz-se necessárias as guerras, pois, através delas encontram-se os avanços tecnológicos, etc. Mas o custo é muito alto. São vidas humanas extirpadas.
Acredito, mesmo que utopicamente, que a PAZ pode produzir mais e melhores avanços.
Bastam que os "especialitas" acreditaem e GIVE PEACE A CHANCE.
Abraços.

Paulo Gurgel disse...

Concordo. Obter avanços tecnológicos através de guerras não passa de "vitórias de Pirro".

Nelson Cunha disse...

Caros Paulo e Marcelo,
Michael foi o maior artista que já vi. Entenda-se ARTISTA, alguém de habilidades múltiplas. Sammy Davis Junior cantava e dançava divinamente, mas não foi um inovador no sapateado. Madonna canta e dança, mas não dirige seus shows e está longe do Michael no quesito “personal stylist” . Vejam o que ele veste, da luva solitária ao resgate da polaina. É ou não é um inovador? Ele produzia seus próprios discos e compôs grande parte dos seus sucessos. Na nova ciência do “Marketing” era também um gênio. Sua vida, sua mudança radical da fisionomia e cor da pele não encontram paralelo entre os seus congêneres. Seus casamentos, seus filhos brancos, seu suspeito afeto por crianças, sua casa Nerverland Ranch, a posse do acervo dos Beatles, foram todas grandes jogadas publicitárias que não o fizeram um bilionário porque também tinha a volúpia no gastar. Personalidades assim, multigeniais, são raríssimas e daí o seu valor ter sido multiplicado com a sua morte. Novo golpe publicitário ?